31 de outubro de 2011

Cherohala Skyway - Moonshiner 28 - Tail of the Dragon

Cherohala Skyway - Moonshiner 28 - Tail of the Dragon

O Carlos lá na frente... e eu com o dragãozinho na garupa!
No último dia 26 de setembro o Carlos e eu chegamos a Robinsville, cidade bem
pequena da Carolina do Norte, EUA, local que escolhemos para servir de base para a aventura que seria percorrer a Cherohala Skyway, a Moonshiner 28 e a Tail of the Dragon, estradas conhecidas pelas curvas e as belas paisagens.

O Carlos já contou bastante desta nossa experiência em outros posts (Dia #6, Dia #7, Dia #8 e Dia #9), mas eu gostaria de reunir aqui algumas outras informações e dar minha versão deste trecho da viagem.

Uma coisa interessante é constatar que os brasileiros são figurinha difícil por aquelas bandas. Uma pena, porque o lugar é lindo e percorrer as estradas vale muito a pena, seja de moto, seja de carro.

Optamos por nos hospedar num dos 6 chalés do Dragons Rest Cabins por vários motivos, dentre os quais o fato de não ser um hotel ou motel convencional e porque, pelas fotos do site, teríamos uma vista maravilhosa das montanhas. Além disso, a decoração era kitsch demais para que deixássemos de conferir a "boniteza" ao vivo.

Bom, tudo o que esperávamos do chalé foi confirmado e devo acrescentar que acordar e ver o sol nascendo por trás das montanhas foi maravilhoso! Também a companhia da cadela Tracey que ficou todo o tempo na porta do nosso chalé foi muito bacana.

Resolvemos conhecer em primeiro lugar a Cherohala Skyway e foi uma decisão acertada. A estrada é linda, muitíssimo bem conservada e com diversos locais para parar com segurança e apreciar a vista e fotografar. A Cherohala Skyway liga Robinsville, na Carolina do Norte, a Tellico Plains, no Tennessee, num percurso de 36 milhas (ou 59 km).

Nos foi recomendado no Centro de Visitantes de Robinsville que o percurso fosse feito no período da tarde para evitar o frio e o aviso vale mesmo. Nas 15 milhas de estrada no estado da Carolina do Norte a altitude passa dos 5.400 pés (ou 1.646 m), o que faz com que a temperatura seja sempre bem amena e, por vezes, haja formação brusca de nevoeiros. É bom se informar sobre as condições climáticas antes de iniciar a viagem. No Centro de Visitantes e no hotel eles consultam o serviço de previsão do tempo local (que parece ser bem confiável!).


A viagem vale muito a pena! A estrada é nova e muito bem conservada. Bom, conta-se que é a estrada mais cara da Carolina do Norte (custou mais de 100 milhões de dólares) e levou 34 anos para ser concluída (ficou pronta em 1996). Se isto é verdade não sei. Se é, valeu cada centavo! É linda mesmo.

Pros que querem saber das curvas... não são assustadoras. Existem muitas durante o trajeto, é fato, mas essa não é uma estrada difícil para os novatos como eu. Também não é das mais emocionantes para os mais experientes.

Mas isso não é motivo para não conhecer essa belíssima região. E na chegada a Tellico Plains não deixem de tomar um café e experimentar uma das delícias da simpática padaria Tellico Grains Bakery. O brownie é de comer de joelhos!

A segunda estrada escolhida foi a Moonshiner 28. Esta estrada é bastante extensa: tem seu início no Deals Gap na US 129 (Tail os the Dragon), no estado da Carolina do Norte e segue pela Geórgia até chegar na Carolina do Sul, em Walhalla.

Nós conhecemos apenas um pequeno trecho. Saímos de Robinsville pela US 129 (Tail of the Dragon) até chegar ao Deal's Gap Motorcycle Resort. Lá iniciamos a viagem pela Moonshiner 28 até pouco depois de  Panther's Breath, onde tomamos a US 19 de volta a Robinsville.

A beleza da estrada é impressionante: muitos lagos, cachoeiras e o rio Tennessee aparecendo entre uma e outra curva. Aqui também há locais para parar e admirar a beleza e, juro, contemplar o silêncio do lugar. Um espetáculo!

E as curvas? Desta vez a coisa apertou: a Moonshiner 28 tem muitas curvas e altitude varia muito. O sobe e desce é intenso no trajeto que fizemos, o que traz mais emoção, claro! Muitos dizem que a Moonshiner 28, apesar de não ser tão famosa quanto a Tail of the Dragon, proporciona a mesma emoção em alguns de seus trechos, com a vantagem de ser mais bonita. Eu concordo, viu?

E, no dia seguinte, o desafio maior: a famosa Tail of the Dragon!

De novo saímos de Robinsville mas, desta vez, com toda a nossa bagagem. Percorremos os primeiros quilômetros da estrada até o Deal's Gap e eu pedi para fazermos uma paradinha para tomar água. Bom, na verdade foi pra tomar coragem, mesmo. A água só ajudou a engolir a ansiedade! Hehehe!

A Tail of The Dragon (o trecho de 11 milhas mais cheio de curvas) tem seu início em Robinsville, Carolina do Norte, e termina no Tennessee, em Tabcap Bridge.

Saímos e as curvas começaram. São 318 curvas em 11 milhas (cerca de 18 km) de estrada. É muita coisa! Tecla SAP: são mais de 17 curvas por km. Mais de 3 curvas a cada 100 m. Tá bom... não vou esconder que ninguém sabe ao certo se são 318 curvas. Cada um conta sua estória sobre como esse número se tornou famoso. Mas são muitas, seja lá quantas forem de verdade. 

Tá. Alguns podem dizer que existem estradas com curvas mais difíceis. Sim, concordo. A dificuldade desta estrada não está exatamente no grau de dificuldade de cada curva, mas na proximidade entre elas. Na maioria das vezes você está no meio de uma curva e já vê a estrada, logo a sua frente, com o plano alterado para a próxima, com acentuados aclives e declives. Na minha opinião é este o segredo e o motivo pelo qual tantos motociclistas e motoristas (sim, há muitos carros por lá!) se encantam pela Tail of the Dragon.

E podem perguntar: é mais difícil que Los Caracoles? As curvas são piores que as da Serra do Rastro? 

Eu não vejo sentido na comparação.  Acho que são diferentes o suficiente para não compará-las pura e simplesmente. O que eu acho de verdade? Vá conhecê-las. Todas! Cada uma destas estradas (e tantas outras mundo afora) tem seu próprio encanto.


Curti! 
Outra pergunta que ouço com frequencia é: vocês subiram ou desceram a Tail of the Dragon? Bom, nem uma coisa nem outra. O começo e o fim da estrada estão praticamente na mesma altitude. Uma coisa é certa: o ponto mais alto da estrada está na fronteira dos estados da Carolina do Norte e do Tennessee (na verdade já é no Tennessee). 

A estrada é bonita? Isso não sei. Eram tantas as curvas que eu não pude apreciar a paisagem... A estrada é bem estreita e não dá pra tirar  os olhos do caminho. E também, pra dizer a verdade, eu não tentei ver nada além da estrada na maior parte do trajeto. Prudência e canja de galinha... se bem que deu pra fazer pose pra foto aí de cima!  

É preciso ressaltar que, apesar de tantas curvas a maioria das motos que vimos não é speed. As HDs reinam (o que é muito comum nos EUA). Mas também devo registrar aqui que estes poucos pilotos de speed foram os que vi ultrapassando, em muito, os limites de velocidade... tsc tsc tsc.

A velocidade na estrada, para nossos padrões (de desrespeito, diga-se!), é bem baixa. Há fiscalização por radar. Em algumas curvas o limite é de apenas 10 mph (ou 16 km/h). Pode parecer um absurdo para uns e outros. Eu acho bastante prudente. Estamos falando de uma estrada bastante estreita, de mão dupla, sem acostamentos e com grandes barrancos bem ao lado da pista. Praqueles que querem mais emoção, sem correr o risco de machucar ninguém mais do que a si próprio, sugiro procurar o autódromo mais perto de casa.

De toda a aventura por estas três estradas devo confessar: foi SENSACIONAL! Muito bacana mesmo! Pra mim, então! Pouco mais de um ano depois de ligar uma moto pela primeira vez na minha vida e já com tantas aventuras pra contar... tudo de bom.

Quanto à moto que aluguei, uma Electra Glide Classic 2011, tenho a dizer que: a Lola II é a minha moto mesmo! Muito melhor porque é mais leve, o banco é algumas vezes mais confortável, é mais fácil de pilotar e muito mais. E nem vou reclamar do parabrisas, que estava bem na altura de meus olhos e parecia um par de óculos bifocal me atrapalhando o tempo todo, porque este é um problema fácil de corrigir. Mas fico feliz que seja assim porque no ano passado voltei arrependida de ter comprado a Sportster. Desta vez foi bem diferente: volto com a certeza de que a DeLuxe é a minha moto.

Recomendo aos que queiram saber sobre sobre estas estradas que consultem os sites e estudem bem o roteiro para aproveitar bem o passeio. Lá pode-se encontrar mapas e outras informações, além de muitas curiosidades. Os endereços estão aí embaixo.








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  1. Parabéns pelo passeio e espírito aventureiro. Adorei as dicas e certamente vou incluir o roteiro na lista de "viagens a realizar". Eu já estive em Sturgis e recomendo altamente o passeio.
    O Blog está muito bacana !
    Abraços,
    Leandro

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